O ciúme é um sentimento que gera efeitos nocivos na personalidade de quem o tem.
O ciúme é o medo de perder aquilo que consideramos ser nossa propriedade: marido, mulher, bens materiais, amigos, status, privilégios, etc. Os ciumentos querem ter a exclusividade do que acreditam ser sua propriedade, e têm uma ideia errada do que é uma relação afetiva, seja amor ou amizade.
Neste site, já falamos sobre a inveja, um sentimento que destrói a autoestima e pode afetar profundamente as relações pessoais. Hoje, vamos falar de ciúme.
O problema do ciúme nos relacionamentos
O ciúme é produto do medo e da ideia obsoleta de que amar significa possuir.
Quem aceita a atitude ciumenta do outro, seja amigo ou parceiro, está no fim das contas aceitando uma relação de submissão.
Insistir numa relação marcada pelo ciúme excessivo é validar a ideia de posse do outro e, portanto, aceitar tornar-se um objeto, que pode ser tratado não como pessoa de direitos e liberdade, mas como um bem material.
Consequências do ciúme
Algumas das consequências mais graves do ciúme, seja da pessoa que o sente ou da pessoa que sofre ciúmes de outra, são
- ansiedade
- sofrimento
- perda da autoestima
- insegurança
- antecipação da perda de relacionamentos
- incapacidade de desfrutar e sentir feliz com o presente
- medo do futuro
- obsessão em controlar e monitorar pessoas e situações
Não dá pra subestimar o dano à autoestima causado pelo ciúme: a pessoa ciumenta está sempre se alimentando do medo de não ser bom o suficiente, e de não ter qualidades suficientes para que o outro fique com ela pela sua própria vontade.
Já a pessoa que sofre com o ciúme do companheiro em geral sofre por não se sentir respeitado, não se sentir considerado, e muitas vezes sem liberdade para sentir ou escolher aquilo que realmente deseja – e isso também acaba ferindo sua autoestima e gerando muito ressentimento, além, eventualmente, do desejo de fugir do ciumento.
Mas também é verdade que, muitas vezes, a pessoa que sofre de ciúme do outro tem medo de acabar o relacionamento, e não consegue deixá-lo. Nesses casos, é provável que se engane com a ideia (falsa) de que o ciúme é na verdade a maneira do outro de mostrar amor e preocupação. Errado.
Ciúme, uma forma de destruir o amor
O ciúme, ao invés de alimentar o amor, está o destruindo. O ciúme é um interesse egoísta, e pouco ou nada tem a ver com o amor – uma relação em que o homem ou a mulher não é considerada semelhante, mas objeto de propriedade alheia, que deve pensar, sentir e agir como seu dono comanda, pode ser chamada de tudo, menos amor.
A tendência de uma relação marcada pelo ciúme excessivo e é que o ciumento tente controlar, fiscalizar, examinar, aprisionar, até mesmo intimidar e ameaçar explicitamente ou veladamente o parceiro.
Quem sente o fogo do ciúme não permite que o outro escolha, voluntariamente, permanecer no relacionamento e amar livremente. A única coisa que interessa ao ciumento é evitar a todo custo que o outro se vá.
No fim das contas, o ciumento nunca poderá ter certeza da autenticidade do amor do outro. O destino de uma relação assim é o fracasso total, mais cedo ou mais tarde, a menos que haja uma mudança total em direção àquilo que é essencial no amor: a necessidade de alimentá-lo por meio da paz, alegria, perdão, confiança, reciprocidade, respeito e liberdade para amar.
Como superar o ciúme
O trabalho terapêutico com o ciúme pode ser difícil e envolver um trabalho longo e delicado. Geralmente, não é o ciumento que pede apoio, mas sim aqueles que sofrem, os parceiros de quem sentem ciúme.
É provável que a pessoa ciumenta procure terapia porque seu ciúme atingiu o limite e se tornou um risco real para seus relacionamentos. Ela então terá que trabalhar seus sentimentos de apego, precisará parar de viver fantasias para aprender a aceitar a realidade, por mais dolorosa que seja.
O ciumento deve perceber que, de uma forma ou de outra, ele será capaz de superar qualquer perda, de bens e de pessoas, e que sua integridade física ou emocional não depende da presença do outro, por mais que você o ame ou o precise.
Ainda não tem certeza do que fazer com seu relacionamento que sofre com ciúme? Essa não é uma situação muito rara, nem é exclusiva sua e tampouco sem solução. Dito isso, pode ser de grande ajuda discutir isso com um psicólogo, como o Gustavo Maranhão.
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Ciúme e incerteza
Outro conceito que tem de ser trabalhado para superar o ciúme e retomar a confiança é, por exemplo, a incerteza iminente – que todos os seres humanos neste mundo, ciumentos ou não, sofrem.
Por mais que você tente ter certeza de que nunca perderá quem ama, a realidade é que na vida você nunca pode ter certeza de nada – mais cedo ou mais tarde, por algum motivo, incluindo a morte, teremos que nos separar o que amamos.
Por isso mesmo será necessário acompanhá-lo em um processo de reflexão em relação às perdas e à necessidade de fortalecer a aceitação delas, bem como a dor e a frustração que geram.
Medo de abandono
Outro aspecto fundamental no processo de superação do medo do abandono (e, portanto, do ciúme) é ajudar a pessoa a perceber que sempre será melhor reconhecer a verdade sobre os sentimentos do casal do que viver uma história de decepção, autoengano e mentiras.
Afinal, se uma pessoa é honesta o suficiente para admitir que deixou de amar o outro e quer ir embora, por que viver uma mentira só por medo da solidão? Deixe esse espaço aberto para ser preenchido por quem realmente nos ama, dessa vez não de forma possessiva e controladora, mas por escolha dela, de forma livre e autêntica.
Em outras palavras, aceitar a realidade de que o outro é uma pessoa e não um objeto de nossa propriedade e que, portanto, existe a possibilidade, por mais que doa admitir, de que seus sentimentos (assim como os nossos) podem mudar.
Lembre-se: quem vai embora por deixar de nos amar, por mais que isso doa, acaba abrindo as possibilidades de um novo amor, talvez mais real, mais doce e melhor do que aquele que está se afastando – ou, se não melhor, apenas diferente.
Dicas para superar o ciúme
- Ame a si mesmo. Trabalhe a sua própria autoestima, vista-se bem, cuide da sua saúde, volte a fazer coisas que te façam se sentir bem.
- Não se compare com ninguém. Não há benefício nenhum em ficar se comparando com os outros. Você é você, e mais ninguém. E quem estiver com você, tem que amá-lo por quem você é.
- Concentre-se nos interesses pessoais e não apenas nos interesses do seu parceiro. Viva a sua vida, não a dele.
- Não confunda a ideia de ter um companheiro com não ter uma vida pessoal. Ao nos comprometermos com alguém, temos que continuar a nutrir o espaço de projetos individuais, hobbies, objetivos pessoais, etc.
- Da mesma forma, é importante não esquecer que o parceiro tem os mesmos direitos, já que não é nossa propriedade, é uma pessoa independente de nós que decide compartilhar um projeto de vida em comum, o que não significa desistir de seu individualidade.
- Cada vez que sentir ciúme, medo e insegurança, não reaja automaticamente, pare e reflita se realmente há motivos para sentir medo ou se você está apenas imaginando.
- Se tiver dúvidas, pergunte ao seu parceiro. Não gaste energia imaginando coisas, mas mantenha o seu relacionamento nas bases sólidas da confiança e da realidade.
Fale com seu parceiro. Conversem. Comuniquem-se. Assumam, desde HOJE, um compromisso com a honestidade. Sem isso, não dá pra ter um relacionamento maduro e saudável.
O acompanhamento terapêutico com um profissional pode ajudar os casais em todos os tipos de relacionamentos – independentemente da orientação sexual ou situação conjugal.
Se você está em qualquer lugar do mundo e deseja um acompanhamento profissional contra o ciúme, experimente a terapia online.
Se você mora em Recife, fique à vontade para agendar uma sessão presencial de terapia em Recife com o Gustavo Maranhão, psicólogo em Recife especializado em Gestalt-terapia.
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Referências:
Controlar los celos.
Gestalt sin fronteras.